
Pedrinho Fonseca
Fotografo por coragem. De olhar no olho da outra, do outro. De chegar mais perto ainda. Por entender que cada descoberta sobre o mundo lá fora me revela por dentro. Pela vontade de tocar sem as mãos, de reconhecer sem conhecer, de abraçar à distância. Pelo desejo constante de desemoldurar as verdades. Aliás, a verdade é que não quero perder as memórias, os afetos, os gestos. Nem voltar para o meu álbum particular de uma imagem só, onde sequer sei quem sou. Daí registro todos os passos que posso. Onde quer que seja: algures, alhures, nenhures. Em tempos nem do ontem, nem do amanhã, apenas da agoridade. Pelo desejo inconstante de emoldurar as verdades. Fotografo por medo.